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O quiet quitting já é uma tendência mundial

  • Foto do escritor: Virginia Motta
    Virginia Motta
  • 8 de jun. de 2023
  • 3 min de leitura



No mês de maio, a Revista Exame publicou uma matéria sobre os resultados da pesquisa aplicada pela HR First Class relacionada ao movimento quiet quitting quem vem tirando o sono de muitos gestores e RHs. Os dados são bem interessantes e nos levam a grandes reflexões.

Antes de tudo, vamos entender o que significa quiet quitting. O termo, em inglês, significa algo como demissão silenciosa, uma postura resignada e pragmática contra a empresa por sentir que ela não valoriza seus colaboradores, ou seja, refere-se a atitude no ambiente corporativo em que o colaborador se propõe a trabalhar o mínimo necessário.

No Brasil esta atitude é nova, mas em outros países da América Latina já era uma prática quando os trabalhadores queriam protestar. Podemos fazer uma comparação com as greves do nosso país, porém, lá, eles não cruzam os braços e param o serviço. Eles optam por continuar trabalhando, mas beeeemm devagar🐢.

Se é uma maneira mais inteligente de protestar não sei dizer, mas podemos afirmar que está sendo uma tendência mundial trabalhar em um ritmo mais devagar priorizando a saúde mental.

De acordo com a pesquisa realizada com 500 líderes de RH e C-Levels, mais da metade dos executivos acreditam que o quiet quitting já é uma realidade nas empresas. Menos da metade disseram que não identificam a prática entre os colaboradores e 56,8% acreditam que a pandemia agravou os casos de saúde mental, levando os profissionais a estabelecerem limites no volume de trabalho.

Outro dado que chamou muito a minha atenção é que 54% dos entrevistados declaram que conhecem essa tendência mundial apenas de maneira superficial e, somente, 23,7% disseram conhecer amplamente sobre o assunto. Eu, particularmente, ainda tenho lido poucas matérias sobre o tema e vejo, menos ainda, o tema sendo discutido nas redes sociais.

Nós da 2+ acreditamos que o movimento é válido, principalmente para trazer luz ao tema de alta produtividade a qualquer custo. O conceito de mais valia do capitalismo está cada vez mais exacerbado e muitas empresas estão 'perdendo a mão' ao estabelecer metas de performance para as pessoas. O número de casos de burnout no país triplicaram e as doenças socioemocionais já são um dos principais fatores de afastamento dos colaboradores.

Com todos estes dados, será que não está na hora de rever o conceito do limite de volume de trabalho? A nossa legislação estabelece uma carga horária máxima de trabalho por dia (8 horas normais, podendo fazer até 2 horas extras, se necessário), mas se você listar todas as tarefas que o colaborador tem para fazer em um dia, vai perceber que dá muito mais do que isso. Logo, ele está sempre devendo algo e considera que poderia ter uma performance muito maior e melhor do que está tendo.

Toda esta sobrecarga de trabalho acarreta crises de ansiedade, oscilação de humor, depressão, e por aí vai. As pessoas (colaboradores) precisam tomar uma atitude e estabelecer seus limites já que muitos líderes e empresas estão adotando a máxima da mais valia e fomentando ambientes tóxicos.

Mas para além do movimento dos colaboradores, consideramos que o mais importante é que as empresas revejam a sua cultura e adotem medidas salubres para delegar tarefas e cobrar performance. O mundo está mudando, a sociedade também, e os trabalhadores já não estão aceitando qualquer "coisa" (ou atitude) por um salário. A quantidade de escolhas e oportunidades aumentou com o advento da tecnologia. Precisamos repensar a forma de fazer gestão dentro das empresas e adotar medidas que priorizem tanto o lucro quanto a qualidade de vida.

Como sempre digo, empresas são feitas por pessoas e para pessoas. Mesmo que sua fábrica seja automatizada e você só utilize robôs, alguém tem que fazer e programar os robôs, concorda? Para mim, o quiet quitting é só um dos muitos movimentos que ainda estão por vir.

O que você achou sobre o tema? Concorda com o movimento quiet quitting? Adotaria? Interage com a gente nas redes sociais e vamos discutir mais sobre este assunto (@2involve+).

 
 
 

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