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Minha versão do Programa Shark Tank dentro de um presídio de Minas Gerais

  • Foto do escritor: Virginia Motta
    Virginia Motta
  • 25 de fev.
  • 3 min de leitura

Shark Tank Apac - Itaúna/MG
Shark Tank Apac - Itaúna/MG

Hoje vou contar uma história muito legal que aconteceu comigo. Uma história sobre como uma consultora extremamente criativa (euzinha!), um grupo de recuperandos (presos) com muita vontade de aprender e líderes dinâmicos se juntaram para criar um "Shark Tank" dentro de um sistema prisional (APAC).


"Shark Tank"?! Como assim? Calma que eu explico!


O que é uma APAC?

A APAC é uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados. É um lugar onde os presos têm a oportunidade de se recuperar e se preparar para voltar à sociedade. E é um lugar muito diferente de um presídio tradicional. Lá não tem guardas armados nem câmeras de vigilância. A segurança é feita pelos próprios presos, que também são responsáveis pelas chaves das celas e pelo controle dos detentos.


Como surgiu a ideia do "Shark Tank"?

Eu estava trabalhando como consultora em um projeto do SEBRAE/Itaúna e da ImpactHub BH dentro de uma APAC. Depois de entrevistar quase 50 pessoas, percebi que a APAC estava capacitando os recuperandos para um mercado de trabalho que já não existe mais.


Foi aí que tive a ideia de criar um programa de empreendedorismo dentro da APAC. Os recuperandos tinham muitas habilidades e experiências que podiam ser exploradas, tanto dentro quanto fora da prisão. E como todos eles precisam estudar e trabalhar, o empreendedorismo era uma ótima opção.


Como o "Shark Tank" aconteceu?

Apresentei a minha ideia para o Presidente e o Gerente da APAC de Itaúna e eles toparam na hora. Decidimos reestruturar algumas oficinas produtivas e colocar os próprios recuperandos para administrá-las.


Mas tinha um problema: os recuperandos não tinham conhecimento sobre gestão de negócios, planejamento financeiro, estratégia de vendas e marketing, precificação...


Então, montamos um plano e colocamos a mão na massa. Realizamos uma reunião com os recuperandos, colaboradores e líderes da APAC e apresentei a ideia. A primeira reação deles foi: "isso não vai dar certo, não vamos conseguir".


Com muita coragem e audácia de todos, iniciamos os treinamentos e montamos os planos de negócios. Foram 30 dias intensos, onde todos saímos da zona de conforto e tivemos que acreditar no nosso potencial.


Com tudo pronto, fomos para a etapa de apresentação. E por que não imitar o programa do Shark Tank e colocar cada grupo para apresentar a sua nova proposta de negócio para as oficinas?


Apresentei a ideia para a minha coordenadora do programa e para o gerente e eles toparam na hora. Depois disso, foi só preparar as apresentações com os recuperandos e controlar a ansiedade de todo mundo.


O grande dia

Quando chegou o grande dia, montamos o cenário do Shark Tank com o que tínhamos disponível: cadeiras para os investidores anjos (fictícios), espaço para a apresentação dos produtos, tempo para as perguntas "sinistras" dos investidores e um prêmio para os melhores negócios (colocar em prática as ideias e sugestões do grupo). O projeto foi tão inovador que até o pessoal da sede do SEBRAE/MG veio assistir a apresentação.


O resultado

Nessa competição tão disruptiva, só tivemos vencedores. Eu ganhei experiência e confiança na minha capacidade de inovar e ensinar, a APAC ganhou novos planos de negócio e pessoas capacitadas para ajudar a gerenciar as oficinas, os colaboradores e líderes estreitaram os laços entre eles, e os recuperandos descobriram que podem ir muito mais além do que imaginam.


Eles terminaram o projeto acreditando que todo mundo tem potencial e que as oportunidades da vida dependem das nossas escolhas.


 
 
 

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